quarta-feira, 21 de novembro de 2007

107 - Anjos de 4 patas

Ontem fui dormir aos prantos! E hoje fui trabalhar de cara inchada! É que como fui deitar um pouco mais cedo que de costume, resolvi fazer uma coisa que há muito vinha adiando: terminar de ler "Marley & Eu". Como eu já imaginava qual seria o final do Marley e o efeito que isso produziria em mim, vinha me enrolando há alguns dias, falando pra mim mesma: "Não! Você já tá deitando tarde, se ainda for ler vai dormir mais tarde ainda e amanhã não vai conseguir acordar!" e ia na minha própria conversa todo dia. Os cachorros não vivem para sempre e tembém não tem a mesma longevidade de nós, "humanos". Então é natural que os cães morram antes que seus donos e deixem toda uma família inconsolável com a perda de um "simples" cachorro. E com o Marley não foi diferente, eu sabia que não seria, e era exatamente por isso que eu evitava o final daquele livro horroroso! (Mentira! O livro é ótimo! Mas tem que gostar de cachorro, ou ao menos ser simpático à causa, senão vai achar horroroso mesmo! E eu só falei livro horroroso porque era disso que eu xingava ele ontem à noite em cada rompante de emoção que eu tinha.) Mas apesar de saber o final da história, meu Deus do céu, eu nunca imaginei que choraria tanto! Aliás, sério mesmo, acho que nunca chorei tanto em minha vida! Sério! Achei que fosse morrer de tanta dor que eu senti com o processo de partida do Marley. E foi uma dor quase física! Nossa! Senti cada emoçãozinha que o John Grogan e a família dele sentiram e sofri com cada sintoma da velhice do Marley que se apresentava e agravava à medida que o livro ia se aproximando do final. Lembrei da Pietra, de como foi terrível me despedir dela, de deixar ela entrar naquele carro achando que tava indo tomar banho, como fizera tantas vezes, quando na verdade tava indo era se encontrar com o Papai do céu! E olha que ela nem era minha, héim? Era do meu pai... Mas, nossa, todo mundo sofreu demais da conta aquele dia! E que decisão difícil de se tomar, credo! O egoísmo tentando falar mais alto de tudo quanto é jeito enquanto a gente vê aquele velho amigo definhar ali bem debaixo do nosso nariz... Aff! Só vivendo mesmo pra saber, embora seja uma coisa que eu não desejo pra ninguém! Mas apesar de toda a dor, foi exatamente o final do livro que me fez gostar dele. Porque até então eu não tava vendo muito a que aquele livro tinha vindo, nem entendendo como ou porque ele chegou a ser o mais vendido no Brasil e no mundo. Mas o final me fez entender tudo! E eu me emocionei muito lendo ele falar de como aprendemos com os cachorros, quando, do alto da nossa suposta supremacia, achamos ser o extremo oposto; de como um cachorro mostra aos seres "humanos" o que realmente importa nessa vida! E agora me vejo obrigada a transcrever um pequeno trecho, de quando o John escrevia sua coluna de despedida para o Marley.

"O que eu realmente queria contar era como este animal tocara nossas almas e nos ensinara algumas das lições mais importantes de nossas vidas. 'Uma pessoa pode aprender muito com um cão, mesmo com um cão maluco como o nosso', escrevi. 'Marley me ensinou a viver cada dia com alegria e exuberância desenfreadas, aproveitar cada momento e seguir o que diz o coração. Ele me ensinou a apreciar coisas simples - um passeio pelo bosque, uma neve recém caída, uma soneca sob o sol de inverno. E enquanto envelhecia e adoecia, ensinou-me a manter o otimismo diante da adversidade. Principalmente, ele me ensinou sobre a amizade e o altruísmo e, acima de tudo, sobre lealdade incondicional'.

Era um conceito interessante que só então, após a morte dele, eu compreendia inteiramente. Marley como mentor. Como professor e exemplo. Seria possível que um cachorro - qualquer cachorro, mas principalmente um absolutamente incontrolável e maluco como o nosso - pudesse mostrar aos seres humanos o que realmente importa nessa vida? Eu acreditava que sim. Lealdade. Coragem. Devoção. Simplicidade. Alegria. E também as coisas que não tinham importância. Um cão não precisa de carros modernos, palacetes ou roupas de grife. Símbolos de status não significam nada pra ele. Um pedaço de madeira encontrado na praia serve. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe der seu coração, ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. Enquanto eu escrevia a coluna de despedida para Marley, descobri que tudo estava bem à nossa frente, se apenas pudéssemos ver. Às vezes, era preciso um cachorro com mau hálito, péssimos modos e intenções puras para nos ajudar a ver" (Marley & Eu - páginas 291 e 292)

Chorei baldes! Nessa parte, então, meu Deus! E tenho que dar razão ao moço: tá tudo bem debaixo do nariz da gente, a gente que é orgulhoso demais pra se abaixar um pouquinho pra olhar e ver aquilo que tá ali acenando pra gente... piscando com lâmpadas fluorescentes... Concordo em gênero, número e grau, exceto por duas coisinhas: 1) ficava chateada com o John quando ele se sentia culpado por estar chorando por um "simples" cachorro. E tem como uma criatura dessas ser só um simples cachorro pra família dela? Nunca! É um membro da família e sua perda e falta é sentida como a de qualquer outro! 2) Se fossemos realmente tão mais sábios e sofisticados, entenderíamos coisas assim tão simples, não? É... Sofisticados até pode ser! Mas é exatamente isso que não nos deixa ser assim tão sábios!

Uma vez li em algum lugar que Deus cria anjos de 4 patas e manda pra cá, pra cuidarem e alegrarem a gente! Não duvido! E sei que há quem acredite que eles, os cães, é que são os evoluídos, apenas nos emprestaram o seu lugar na Terra para que possamos, um dia, chegar onde eles estão em termos de evolução espiritual. Assim, eles estariam aqui pra nos ajudar, né? Pra fazer a gente ver, como o Marley fez com o John, e eu não sei se acho quem acredita nisso louco não! E o nome do livro é "Marley e Eu", mas podia muito bem ser "Menina & Eu", ou "Logan & Eu" (né, tia Patíchia?). E parece que meu neném me entendeu mais uma vez porque me deixou dormir abraçadinha com ela, e me confortou a noite inteira com sua "simples" presença!

"Somos loucos por cachorro. Algumas pessoas são a favor das baleias. Outras, das árvores. Nós gostamos mesmo é de cachorro. Os grandes e os pequenos. Os de guarda e os brincalhões. Os de raça e os vira-latas. Somos a favor dos passeios, das corridas e travessuras, de cavar, coçar, cheirar e brincar. Somos a favor de parques com cachorros, de portas para cachorro. E da vida de cão. Se houvesse um feriado internacional em que todos os cães fossem reconhecidos por sua contribuição para a qualidade de vida na Terra, nós seriamos a favor também. Porque somos loucos por cachorro. Cachorro é tudo de bom!" Texto do lindíssimo comercial da Pedigree! E eu sou completamente louca por cachorros!!! Meu nome é Thaís Diamante e eu amo cachorro radicalmente! Rs... e às vezes até acho que sou mais cachorra que gente... (rimou! Rs...)

7 comentários:

Anônimo disse...

Uauhh

até eu, que não sou tãooo fã de cachorro assim (traumas, traumas) agora tou com vontade de ler o livro.

e nossa é impressionante como essas tais "coisas simples" conseguem mexer com a gente de forma avassaladora.. no caso, as "coisas" são os cachorros, e não é menosprezando não.

vc sabe muito bem de uma musica que eu gosto tanto que canta "na simplicidade eu vejo as coisas mais incríveis" e se no caso as "coisas simples" são os cachorros.. ah maninha, então eles são incríveis ("dãaa.. agora me conta uma novidade", pensou thaís rs).

e o tempo pra eles é diferente mesmo né.. cada ano nosso contam sete pra eles, então além de anjos, são maduros e se tivessem palmas nas patas nos dariam umas palmadas de vez em quando. =)

bom, já tem um dia todo, agora já deve estar desinchada sua cara, então, vai aproveitar a minha sobrinha.

te amo

beijão

Anônimo disse...

A primeira vez que eu ouvi falar desse livro eu pensei logo em vc, me falta coragem para le-lo, perder o Mumu foi muito triste pra todo mundo lá em casa, então eu entendo perfeitamente o q vc sentiu.
Bjinho
Eliane

Anônimo disse...

Que lindo texto, Thaís!!!

eu AMO cachorro tb!!!!
AMO AMO AMO!!!!

eu teve guardado este texto da Pedigree, tb acho lindo!

e eu estava lendo o comecinho do post e lembrei de um palestrante muito bom,Daniel Godri, que em uma de suas palestras ele compara o cão e o gato e mostra as belas e admiráveis qualidades de um cão que devemos seguir....!
Não sei se ele tá no Youtube,,,,vc vai gostar!

é, minha amiga, ver seu cão morto é uma das piores dores que se pode ter.....
eu já vi uma cachorrinha querida, Meg, aqui em casa, morta no quintal.....
e um outro cachorro lindo maravilhoso enfartando.....
horrível!!!!!!!
chorei baldes!!!!!!

Rubem Alves tb fala muito bem dos cachorros.....lindamente!

Hoje tenho 2 vira-latas que são tudo!!!!
Um cachorro e uma cachorra. Um de 6 anos e a outra de 8 meses. tudo!!!!!!!!

bjs!!!Gisele

Anônimo disse...

nossa amei este livro e tambem
fiquei muito emocionada nossa
chorei de soluçar ,muito lindo mesmo recomendo a quem não leu ainda este lindo livro

cristiane Prazeres disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
cristiane Prazeres disse...

Primeiramente gostaria de parabenizá-la pela linda mensagem que passa quando refere-se a trechos desse maravilhoso livro. Chorei muito com o final; mas você tem razão quando diz que morrer faz parte do ciclo, foi bom ser esse final para que as pessoas reflitam que podem se dar mais... podem aproveitar mais o amor e a companhia de seu cão ou outro animalzinho que tenha... Infelizmente tem pessoas precisam passar por perdas para dar valor a algo precioso e esse final gera uma reflexão muito profunda sobre isso. Sou protetora e li o livro e assistir ao filme e esse ano passarei ele para meus alunos pois sou professora biologia e faço um trabalho de humanização com meus alunos através de bons exemplos como o do livro. Parabéns pela sua sensibilidade, Deus abençoe sua alma, sua mente e faça de suas mãos sempre instrumento para falar de amor. Super abraço.

cristiane Prazeres disse...

Primeiramente gostaria de parabenizá-la pela linda mensagem que passa quando refere-se a trechos desse maravilhoso livro. Chorei muito com o final; mas você tem razão quando diz que morrer faz parte do ciclo, foi bom ser esse final para que as pessoas reflitam que podem se dar mais... podem aproveitar mais o amor e a companhia de seu cão ou outro animalzinho que tenha... Infelizmente tem pessoas precisam passar por perdas para dar valor a algo precioso e esse final gera uma reflexão muito profunda sobre isso. Sou protetora e li o livro e assistir ao filme e esse ano passarei ele para meus alunos pois sou professora biologia e faço um trabalho de humanização com meus alunos através de bons exemplos como o do livro. Parabéns pela sua sensibilidade, Deus abençoe sua alma, sua mente e faça de suas mãos sempre instrumento para falar de amor. Super abraço.